Escola Secundária de Marco de Canaveses (Marco de Canaveses)

Escalão: 2º Escalão

Arte da Biodiversidade

Idade:

entre os 15 e 17 anos

Flora:

Fauna:

Memória Descritiva:

O Desafio «Criar com Estilo: Espécies nativas em tecido» foi proposto à turma do Curso Profissional de Técnico de Design de Moda, nas disciplinas de Design de Moda e Tecnologias Produtivas e os alunos envolvidos, em número de catorze, têm idades compreendidas entre os 15 e 17 anos. O trabalho teve início com o pedido, na sala de aula, de uma pesquisa sobre o tema. Após esta pesquisa, os alunos formaram grupos de dois e a turma, em conjunto, selecionou e atribuiu um animal e planta diferente a cada aluno que desenhou o espécime atribuído. Em seguida, os vários grupos começaram a elaborar o trabalho em tecido, de uma forma coordenada, para que a representação dos animais e plantas tivesse alguma identidade visual entre si. Houve um grande envolvimento e entusiasmo por parte da turma e todos os alunos realizaram trabalhos com restos de tecidos que sobraram de outros projetos, e que era impossível utilizar dado o seu tamanho diminuto, peças de vestuário em fim de vida e alguns acessórios, tais como fechos de correr, botões, fitas, reutilizados de peças de vestuário também em fim de vida. No final, dos catorze trabalhos realizados, a turma selecionou dois, um animal e uma planta. O animal escolhido foi o Sciurus vulgaris, extinto em Portugal no século XVI mas que retornou no início do séc. XX, inicialmente ao Alto Douro, vindo de Espanha. A planta selecionada foi a Nigella papillosa existente no nosso país em pousios, campos de sequeiro pouco intensivo e incultos, por exemplo. É uma planta muito rara em Portugal e em perigo de extinção. Em relação aos trabalhos, as duas alunas que os confecionaram começaram por medir tecidos com o tamanho de uma folha A/3 e algum tecido extra para a bainha. No trabalho da Nigella papillosa foi usado na base um tecido azul e no do Sciurus vulgaris um tecido florido, ambos retalhos que sobraram de outros trabalhos. No primeiro trabalho, após a confeção da bainha, representou-se campos de trigo com retalhos de bombazine bege, de umas calças em fim de vida, cosidos à máquina. Fez-se uma borda no mesmo material para reforçar a ideia de campo e criar um efeito estético agradável. Para representar o caule das flores a aluna coseu fitas verdes e usou restos de tecido de veludo verde para fazer as folhas. Coseu ainda pétalas, pelo seu meio, uma a uma, para dar um efeito tridimensional. Para representar os filetes e anteras da planta usou linhas pretas enroladas que colou com cola líquida e cola quente. As nuvens foram feitas com tule branco e foram, também, coladas. No trabalho do Sciurus vulgaris usou-se a mesma bombazine bege no tronco de árvore onde pousa o esquilo. A aluna utilizou moldes para fazer esse tronco e o esquilo nas formas pretendidas. O esquilo foi confecionado em napa e em tecido malha em tricot. Para fazer as folhas, a aluna cortou pedacinhos de veludo e, para fazer as pétalas, recortou pedacinhos de seda e renda. Sobrepôs a renda à seda para criar algum efeito de volume. Utilizou botões, que retirou de uma camisa em fim de vida, para as rosas e esquilo. Nos dois trabalhos as alunas procuraram coordenar o tipo de desenho e os tecidos, por forma a darem uma impressão de continuidade visual. Desta forma, o trabalho da Nigella papillosa e do Sciurus vulgaris estão interligados de várias maneiras: a forma curva do tronco da árvore e das montanhas parecem ter sido feitas pela mesma pessoa, nas nuvens e nas rosas foi usado o mesmo tule, o caule das flores e a bordadura do trabalho do esquilo foram feitos com a mesma fita verde, o caule verde das flores e as pétalas das rosas foram feitas com o mesmo veludo verde. O envolvimento dos alunos neste desafio e as aprendizagens vivenciadas foram muito positivas já que tomaram conhecimento de alguns espécimes da fauna e flora portuguesa e a importância da sua preservação para a manutenção da biodiversidade no nosso território.

Fotografias: