Engenho - Associação de Desenvolvimento Local do Vale do Este (Vila Nova de Famalicão)
Escalão: 1º Escalão: jardins de Infância e escolas do 1º ciclo
Memória descritiva:
“A minha Floresta em Tecido”
Relato da história de um ramo de Carvalho no Vale do Este …
Incitar a partilha de experiências e o gosto pela floresta e pelas idiossincrasias do nosso Território, estiveram na origem da participação na atividade “A minha Floresta em Tecido.”
Sob o lema, as Árvores da Minha Terra, desenvolveram-se um conjunto de iniciativas na Associação ENGENHO, tendo uma delas estado na origem da participação nesta atividade da qual resultou a elaboração de um ramo da espécie autóctone “Carvalho”.
Assim, numa fase inicial deste trabalho, foram estimulados os contactos entre as crianças e a floresta, criando nichos informais de aprendizagem em ambiente natural. A partilha e ocupação de espaços, (re)vividos agora por públicos de idades distintas, cria neste projeto a essência daquilo que para nós ele representa.
Falar da espécie Carvalho neste Vale do Este, remonta a anos e anos de histórias. De montes e florestas, avidamente trabalhados pelos nossos avós, de saudades de um passado que a memória não apaga e que no coração e razão dos mais novos queremos colocar.
E assim nasce, o inicio desta grande aventura em torno do que viria a ser a espécie a reproduzir num singelo retalho de tecido, também ele, com história e que agora reescreverá uma outra…
Escolhida a espécie a reproduzir, neste caso o Carvalho, mais concretamente um ramo de Carvalho, deu-se lugar às visitas de campo, às aulas no monte e na floresta, de forma a proporcionar in loco o contacto das crianças com as espécies nativas, mais propriamente com as espécies de Carvalho.
Munidos de boa disposição e de muita vontade de explorar e conhecer a floresta nativa, foram-se realizando várias visitas de campo. Em todas elas, o mesmo sentimento: na Floresta brincamos, na Floresta aprendemos e na Floresta somos felizes!
Da floresta recolhemos a simplicidade e a autenticidade das coisas, facto que queríamos transportar para o trabalho que reproduziríamos numa encruzilhada entre crianças e Equipa Pedagógica. Simples, genuíno e autêntico. Assim queríamos o nosso trabalho e assim nasceu a ideia de conceber um ramo de carvalho, um simples ramo, mas acima de tudo um ramo com vida, pequeno de tamanho, gigante na construção. De laçada em laçada, nascia a nossa reprodução.
Os materiais escolhidos, linha cedida por um elemento da comunidade, pequenos ramos de carvalho, tiras de couro e mãos cheias de amor, dispostas a laçar este convívio e partilha entre gerações.
Na sala de aula, os adultos laçavam as folhas do ramo do Carvalho e ouviam os relatos das crianças que recordavam os feitos heroicos na floresta: trepar, saltar, descobrir e encontrar.
Laçada a laçada, surgem as folhas do ramo do Carvalho, revestem-se os pequenos paus com novas laçadas cheias de amor, e criam-se os bugalhos, fontes de diversão para os mais novos.
Em croché, de trato simples, mas com muitas e muitas laçadas, de mãos que detêm o sentido de dever junto dos mais novos, da partilha de saberes, da construção de identidades, da valorização dos usos e costumes, das histórias e memórias.
Na base do trabalho, um pequeno retalho de lençol, outrora utilizado para descanso, sono e sonhos. Nele se contará uma nova história. A história de um pequeno ramo de Carvalho, construído pelo recurso a mãos sábias dispostas a partilhar e crianças dispostas a conhecer!
Oficinas, histórias, plantações … e um sem fim de atividades que se ligam a este retalho de tecido. Nele congregamos um bocadinho daquilo que somos, daquilo que nos fascina e daquilo que nos torna efetivamente felizes!
AUTORES
ENGENHO – Associação de Desenvolvimento Local do Vale do Este
Pré-Escolar (Sala 1)