EB 2,3 de Real - Agrupamento de Escolas de Real (Braga)
Escalão: 2.º e 3.º Ciclos
Memória descritiva:
Memória descritiva “Farricoco” e S. João de Braga
O desafio “A minha Terra em Tecido” foi lançado à turma 5.º F pela professora de Educação Tecnológica, Nuna Magalhães. Em pares ou individualmente, os alunos criaram diversos quadrados de tecido representativos de elementos culturais da cidade de Braga, como os Farricocos, o Arco da Porta Nova, o Elevador do Bom Jesus, a Sé de Braga, a Festa de S. João, entre outros. Com esta atividade pretendia-se: explorar e aplicar diversas técnicas de composição de um motivo e essencialmente, a exploração do tecido como material com diferentes cores, padrões e texturas; valorizar e explorar elementos culturais característicos da cidade de Braga.
As composições apresentadas foram elaboradas com recurso a materiais reutilizados como tecidos diversos, fios e cordões. As peças das composições foram recortadas, cosidas ou coladas e por fim, decoradas com pintura em tecido e a aplicação de pequenos elementos como botões, cordões e palitos.
A composição com fundo amarelo – “Farricoco” - faz alusão às solenidades da Semana Santa vividas com grande devoção pela população de Braga, em geral e pelos milhares de pessoas que por esse motivo, acorrem à cidade nos dias que antecedem a Páscoa, oriundos das mais diversas partes do mundo. A figura humana vestida de preto é um Farricoco. Numa das mais emblemáticas procissões – a Procissão do Senhor Ecce Homo – à frente, descalços e encapuçados, caminham os «farricocos», vestidos com túnicas negras, com uma espécie de capuz com dois buracos para os olhos. Alguns transportam fogaréus de pinhas, que iluminam as ruas, outros apenas mais pinhas e outros, como o retratado, fazem ouvir-se as matracas, lembrando aos demais, a penitência. Os farricocos eram, no passado, uma forma dos cristãos bracarenses se penitenciarem dos seus pecados, propondo-se caminhar descalços e incógnitos nas procissões. Entretanto, aproveitando-se do seu anonimato, denunciavam publicamente os pecados daqueles que não faziam penitência. Atualmente, o farricoco é um símbolo da cidade de Braga explorado por exemplo, no artesanato. Como tal, e para reforçar essa intenção os alunos optaram por retratar outros ícones notoriamente representativos de Braga e dos seus monumentos, nas vestes do farricoco. Trata-se do Arco da Porta Nova e da Sé Catedral de Braga.
A composição de fundo vermelho representa as festas de S. João de Braga. Estas, são as mais antigas festas sanjoaninas de Portugal, remontando comprovadamente, ao início do século XVI. Em meados do século XVIII já se reconhecia o S. João como os maiores festejos citadinos. Na segunda metade do século XIX, o S. João detinha, duas festas: S. João do Souto e S. João da Ponte. Em 1893 foi instituída a primeira comissão de festas, que unificou os dois festejos. Atualmente, este evento é ainda o maior do calendário anual dos bracarenses. Hoje, os festejos do S. João de Braga continuam a apresentar-se com uma originalidade identitária que os individualiza entre os demais festejos portugueses em honra de S. João Batista.
A composição apresentada retrata aspetos de rua, característicos desta importante festa minhota como os “Cabeçudos”, que animam alegremente a cidade, assim como os manjericos, que a perfumam.