A peça de vestuário foi criada no Clube Eco-Escolas pelos alunos Afonso Silva, Ana Ramos, André Almeida e Andreia State em parceria com a professora Helena Zália. Quando decidimos participar neste concurso não tínhamos em mente qualquer ideia para a concretização do projeto. Este só começou a ganhar corpo quando chegaram à nossa escola os tecidos enviados pela H. SARAH – Trading, Lda. E foram estes que deram o mote para a nossa criação, a qual foi exclusivamente executada com estes tecidos, os quais nos impuseram limites como também nos levaram a superá-los. Quando mencionamos "limites" referimo-nos ao tamanho dos tecidos, às cores, aos padrões e aos tipos de tecido. Começamos por esboçar algumas ideias, e surgiram as folhas que decidimos concretizar em três camadas de tecidos diferentes, cosidas entre si por pespontos que simulam as nervuras, com o intuito de criar um efeito acolchoado e volumétrico. A ideia seria a de enaltecer a Natureza, produzindo várias folhas que se uniriam para dar origem a um tecido maior. Á medida que o número de folhas se foi acumulando, optamos por fazer um vestido, onde se conjugariam as mesmas com outras formas. Uma vez que os tecidos não tinham dimensão suficiente, unimos vários retalhos com costuras e tentamos tirar partido destes quer em termos estruturantes da peça, quer estéticos e funcionais. Como acabamento do vestido, carimbamos um trecho de um poema de Fernando Pessoa, como um elogio à poesia portuguesa: "Entre o luar e a folhagem Entre o sossego e o arvoredo Entre o ser noite e haver aragem Passa um segredo" O vestido, quer pela cor, quer pelos tecidos utilizados, ou pela temática inerente, remete-nos para a celebração da primavera, da natureza, da simplicidade.